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A paz de todos e de cada um – por Ana Luiza Veloso

Parece utópico, mas é necessário falar em cultura de paz quando o que temos presenciado são violações de todas as formas aos direitos humanos, testes de bombas atômicas, ataques terroristas, milhares de pessoas deixando seus lares em busca de um abrigo seguro, além de uma crise de valores éticos assolando o Brasil e o mundo.

Pode soar repetitivo, nas primeiras semanas de um novo ano, retomar o tema da paz quando o foco agora é trabalho, produtividade, ação. No entanto, entendemos que seja este um momento oportuno justamente para que este tema não se perca nos afazeres do dia-a-dia nem fique à margem das atitudes em 2016.

Importante frisar aqui que falar de paz não significa falar de passividade, inércia, isenção. Pelo contrário. Nós, do Minas Pela Paz, alinhamos nossa atuação com o conceito de cultura de paz apresentado pela UNESCO – a agência da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, que a relaciona intrinsecamente com a prevenção e a resolução não-violenta de conflitos e a fundamenta nos princípios de tolerância, solidariedade, respeito à vida, aos direitos individuais e ao pluralismo.

Acreditamos que a construção do ambiente de paz demanda do indivíduo e da sociedade uma nova forma de se colocar perante o outro, mudando a perspectiva do ganho pessoal para o ganho coletivo. Ainda que caiba ao Estado garantir a inviolabilidade dos direitos à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, há que se reconhecer que nas nossas relações mais cotidianas, seja em família, com vizinhos, no trânsito, no lazer, dentre outras, precisamos abdicar de vaidades e reafirmações de poder, preferindo a prática da empatia, da gentileza e do respeito mútuo que previnem situações de tensão e conflitos.

Na prática, há oito anos o Minas Pela Paz – organização criada pelos presidentes das empresas participantes do Conselho Estratégico da Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), atua na integração do terceiro setor com o poder público e a iniciativa privada para a promoção da paz social.

Pelo 181 Disque Denúncia disponibiliza aos cidadãos um canal seguro para coleta de informações sobre crimes e sinistros, gerando informações preciosas para o trabalho integrado das Polícias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros; nos projetos Trampolim, Regresso e Novos Horizontes, oferta qualificação profissional e articula o encaminhamento para o mercado de trabalho de menores em cumprimento de medidas socioeducativas, detentos, detentas e egressos do sistema prisional; trabalha para o fortalecimento da metodologia das APACs – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados e, a partir de 2016, inicia um projeto de inclusão social para crianças e jovens através do esporte, reforço escolar e cidadania: o Futebol Minas Pela Paz.

Somos contra todas as formas de violência e acreditamos na educação como um caminho possível para a construção deste novo olhar em prol da paz. A promoção da cultura de paz é o que move as nossas ações. Por isso, acreditamos no fortalecimento dos valores humanos mais positivos e atuamos com coragem e determinação para alcançar nossos objetivos e contribuir para uma sociedade melhor.

Ana Luiza Veloso, gerente de projetos do Minas Pela Paz

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