Diariamente nos chegam informações sobre homicídios em todo o país. Lançado recentemente pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o 11º Anuário da Segurança Pública no Brasil traz o alarmante dado de que foram 61.619 mil mortes violentas intencionais no ano de 2016, o equivalente a 7 pessoas assassinadas por hora – o maior volume anual de homicídios registrado ao longo de nossa história. Imagine, equivale a um estádio do Mineirão completamente lotado.
Essa triste realidade é um reflexo da banalização da violência, que se dá por dinheiro, disputa pelo poder, por intolerância, por opiniões divergentes, ciúmes, vingança, ou, mesmo, por quase nada.
Somente nas últimas semanas, na região metropolitana de Belo Horizonte, tivemos uma morte a facadas, consequência da discussão pelo ponto de transporte clandestino no Centro de Belo Horizonte; o enforcamento de um jovem em um centro socioeducativo dentro da cela em que estava; uma morte a tiros de um jovem com deficiência mental, que estava envolvido na disputa entre quadrilhas por um ponto de tráfico de drogas no Aglomerado do Papagaio, região Centro Sul de BH; e uma briga de trânsito que gerou a morte de um jovem de 23 anos em Contagem, com uma facada após seus amigos brigarem com o motorista de outro carro.
Na tentativa de conter essa verdadeira guerra, iniciativas ostensivas e preventivas precisam ser executadas com eficiência e urgência. Uma delas é a iniciativa divulgada na última semana pela Prefeitura de Belo Horizonte de um esforço conjunto com outros países da América Latina na tentativa de reduzir em até 50% os índices de homicídio nos próximos 10 anos. Para realizar essa árdua tarefa, estão previstas ações de fomento a políticas públicas para inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade, além de uma atuação conjunta e transversal das áreas de segurança, saúde, assistência, cultura e esporte.
Enquanto isso, governos, sociedade civil organizada e cidadãos podem fazer a sua parte, atuando por ações e campanhas de não violência e redução da criminalidade. Afinal, cada vida vale muito e pode ser parte de um processo de transformação por uma sociedade mais justa, mais igual e mais fraterna.
Maurílio Pedrosa, gestor do Minas Pela Paz