No momento mais crítico da pandemia de COVID-19 no Brasil, a prevenção se torna uma poderosa ferramenta para reduzir a transmissão do vírus. O uso da máscara facial é uma atitude simples, que reduz o contágio e pode salvar muitas vidas.
E muitas vidas têm se transformado em processos de produção de máscaras. A partir do projeto Máscaras Pela Paz, mais de 400 detentos produziram, nos últimos seis meses, 735.000 máscaras faciais, que foram doadas para suas famílias, instituições públicas e sociais presentes nas comunidades ou em regiões próximas onde estão inseridos.
O trabalho foi realizado em 21 APACs no Brasil, as Associações de Proteção e Assistência aos Condenados, unidades prisionais que adotam uma metodologia de valorização humana, estudo, trabalho, voluntariado – dentre outros pilares – para a recuperação e ressocialização de pessoas privadas de liberdade.
“Para nós, recuperandos, foi gratificante produzir as máscaras, pois, além de nos possibilitar uma profissionalização no setor de corte e costura, nos permitiu contribuir na prevenção do coronavírus. Estamos orgulhosos em saber que, mesmo presos fisicamente, nossos esforços e desejo de recuperação já produzem frutos perante a sociedade”, ressalta um recuperando da APAC de Araxá (MG).
A iniciativa é fruto da parceria entre o Instituto Minas Pela Paz, Todos Pela Saúde e FBAC – Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados. As entidades disponibilizaram maquinário, insumos e treinamento para viabilizar a produção.
O diferencial do projeto é a oportunidade da aproximação das APACs com as comunidades onde estão inseridas. “É valioso quando se pode demonstrar, na prática, que as APACs são espaços de recuperação de pessoas privadas de liberdade e são, também, espaço de trabalho, de produção de itens que protegem e podem pacificar a sociedade”, destaca Maurilio Pedrosa, gestor do Minas Pela Paz.
“A máscara é um sinal de algo muito maior que está acontecendo nas APACs. A solidariedade é o grande legado, que nasce nas prisões e se expande para fora das prisões”, completa Valdeci Ferreira, presidente da FBAC.
O Máscaras Pela Paz contou com o aval e parceria dos Tribunais de Justiça, Ministério Público, Secretarias de Justiça e Sistema Penitenciário dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão e Rondônia.
As APACs diretamente envolvidas se localizam nas cidades de Belo Horizonte, São João Del Rei, Pouso Alegre, Conselheiro Lafaiete, Itaúna, Pirapora, Santa Luzia, Inhapim, Patrocínio, Manhuaçu, Araxá, Januária e Nova Lima (MG), Cachoeiro de Itapemirim (ES); Porto Alegre (RS), Barracão e Pato Branco (PR); Ji-Paraná (RO); São Luís, Pedreiras e Viana (MA).
Sobre o Minas Pela Paz
O Instituto Minas Pela Paz é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público criada há 14 anos por representantes do Conselho Estratégico da Federação das Indústrias de Minas Gerais. Tem como missão promover a cultura de paz em vista da transformação de pessoas socialmente vulneráveis e atua em projetos para a defesa e desenvolvimento social, voltado para a inclusão e a promoção de direitos. www.minaspelapaz.org.br
Sobre o Todos pela Saúde
Lançado em abril de 2020, o Todos pela Saúde teve um aporte inicial de R$ 1 bilhão, realizado pelo Itaú Unibanco. Com recursos administrados por um grupo de especialistas da área da saúde e ações estratégicas baseadas em premissas técnicas e científicas, a iniciativa se guia por quatro pilares de atuação: informar, proteger, cuidar e retomar. Além do investimento do banco, o Todos pela Saúde recebe aporte de empresas e pessoas físicas. Informações sobre o movimento e como contribuir estão em www.todospelasaude.org
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