A falta de profissionais qualificados tem trazido dificuldades à gestão de várias atividades econômicas no país, entre elas a panificação. Por isso, o Minas Pela Paz em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, a Fundação AVSI, a União Européia e o Sesi/Senai, promoveu cursos de qualificação em panificação e confeitaria na Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) da cidade de Passos. Ao todo, cerca de 22 recuperandos participaram do curso e recebem amanhã, dia 21 de agosto, o certificado que lhes dá uma nova oportunidade no mercado de trabalho.
Durante cerca de 30 dias, que somaram uma carga horária de 80 horas, os apenados, recuperandos da APAC de Passos, se dedicaram ao curso oferecido pelo Programa Regresso, iniciativa do Minas Pela Paz dedicada a capacitação e reinserção profissional de egressos e apenados do sistema prisional. Neste período, literalmente, eles colocaram a mão na massa e se prepararam para um mercado promissor e disputado, que paga, atualmente, um salário médio inicial de R$ 800, podendo chegar a R$ 5 mil em padarias renomadas.
O gestor de defesa social do Minas Pela Paz, Maurílio Pedrosa, acompanhou de perto a instalação do curso na cidade e acredita que esta qualificação pode marcar a vida dos recuperandos. “A qualificação oferecida pelo Sesi/Senai aliada a dedicação dos recuperandos os credenciam a encarar os desafios do mercado de trabalho e transformar sua realidade após o cumprimento da pena”.
Em Minas Gerais, o número de padarias ultrapassa a marca de 8 mil e as empresas chegam a disputar o profissional especializado. Segundo a supervisora técnica do Senai/MG Cristiane Maria Lima, a oferta de emprego nesta área é crescente e os empresários praticam uma espécie de a “espionagem” para conquistar um bom profissional. “No mínimo cinco vezes ao dia as indústrias de toda parte do Estado entram em contato comigo solicitando mão de obra qualificada, solicitando padeiro, e eu não consigo atender.”, garante Cristiane. A supervisora destaca que o cenário é favorável para quem deseja ingressar nesta profissão, pois não há exigência de experiência prévia.
Após a certificação profissional, os recuperandos continuarão sendo assistidos pelo Programa Regresso, que focará seus esforços em um novo desafio. “O nosso próximo passo é promover a inserção dos formandos no mercado de trabalho. Por isso, já iniciamos as ações de mobilização e sensibilização de empresários do setor de panificação da região para efetivar a contratação dos novos padeiros qualificados”, afirma Pedrosa.
Sobre o Programa Regresso
O Programa Regresso é uma iniciativa do Instituto Minas Pela Paz, em parceria com o Governo de Minas, que proporciona qualificação e encaminhamento profissional para egressos e apenados do sistema prisional mineiro. Desde sua criação, em 2009, o Programa já qualificou cerca de 2500 pessoas e reinseriu 550 no mercado de trabalho.