Voltar ao início de um decisivo jogo de futebol; não agir de maneira intempestiva; resgatar um amor mal resolvido. Em momentos da vida, o que mais gostaríamos era voltar no tempo, começar de novo e agir diferente para buscar um novo resultado para determinadas situações.
Veja a vida do Maurício: com 14 anos começou a se envolver na criminalidade. Foi apreendido pela Polícia cometendo um ato infracional e a ele foi determinado o cumprimento de medidas socioeducativas. Ao longo do cumprimento de sua medida, foi convidado a ingressar no Projeto Trampolim e a fazer um curso de aprendizagem industrial no Senai, conciliando estudo e trabalho com carteira assinada.
No início se mostrou muito disperso e desinteressado; acabou perdendo a oportunidade, bem como o seu contrato de aprendizagem em pouco tempo. No ano seguinte, por iniciativa própria, Maurício procurou o Senai pedindo outra chance. Aceito novamente no Projeto Trampolim, com outra postura, reconquistou a confiança, os relacionamentos e o apoio dos técnicos que o acompanhavam, para que efetivamente, começasse a mudar o seu futuro, demonstrando-se protagonista da sua história.
As portas do Senai se abriram para ele, que se dedicou ao curso de panificação, repleto de vontade e sonhos. Mas Maurício tinha uma pendência: a avaliação do judiciário, responsável por acompanhar sua conduta, seu processo e o resultado das atitudes do passado.
Ao apresentar-se ao Juiz, estavam registrados ali na mesa os seus erros, seus tropeços, enfim, todas as suas irresponsabilidades. Por outro lado, foram estampados o aprendizado, a mudança na visão de si mesmo e da sociedade, bem como a sua inserção no contexto da dignidade cidadã.
O Juiz decidiu que o jovem se encontra em processo de responsabilização e inclusão social produtiva, a base dos reais objetivos das medidas socioeducativas.
O nome real do jovem não é esse, mas sua história verídica nos mostra que as escolhas e atitudes do presente se refletem no futuro, podendo mudar para melhor o que queremos para nós, nossa família e nossa comunidade. Dê ao outro uma chance, você poderá se surpreender poderosamente!
Maurilio Pedrosa, gestor do Minas Pela Paz