Esta pesquisa investigou a participação de voluntários que desempenham a função de orientadores sociais de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de liberdade assistida junto ao Programa de Liberdade Assistida desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Partimos do pressuposto de que essa experiência se reveste de um caráter educativo, resultando em novos saberes e novas práticas, com importantes efeitos subjetivos para os voluntários que dela participam. Através dessa pesquisa, foi possível contextualizar o surgimento das medidas em meio aberto nas legislações voltadas para a infância e para a juventude, onde identificamos a origem da liberdade assistida, assim como suas principais características, o que nos permitiu problematizar o papel do voluntário no desempenho da função de orientador social junto ao adolescente. A pesquisa também revelou que, embora o significante cidadania por si só não garanta um novo voluntariado, quando somado a outros termos como solidariedade, tolerância, convivência, como acontece no Programa Liberdade Assistida, ele abre espaço para o desenvolvimento de uma experiência de convívio com o outro que delineia a possibilidade de se abrir efetivamente o horizonte do sujeito para o reconhecimento da diferença e da singularidade (BIRMAN, 2001) constituindo-se em um processo educativo que resulta em novos saberes e novas aprendizagens para os voluntários que dela participam, promovendo, também, mecanismos de inclusão social (GOHN, 2010).
Documento é base para aprimorar políticas públicas para adolescentes em conflito com a lei