A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), em parceria com a Organização Minas pela Paz e a Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), realizou nos dias 16 e 17 de julho palestras para apresentar o projeto Trampolim aos técnicos e diretores de atendimento das unidades socioeducativas de Belo Horizonte e região. Cerca de 50 participaram da capacitação.
Iniciado no fim de 2014, o Projeto Trampolim atua como um mediador entre centros socioeducativos e empresários mineiros, buscando a inserção profissional de adolescentes em conflito com a lei e a oferta de cursos profissionalizantes. O projeto é fundamental no processo de ressocialização dos jovens e na capacitação destes adolescentes para o mercado de trabalho.
A meta, ainda para este ano, é efetivar a inserção de cem jovens em vagas de aprendizes. O Trampolim conta com o apoio do governo estadual e da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e oferece, além da oportunidade de qualificação profissional, assistência psicológica, social, de saúde e educação aos jovens.
Elvira Consendey, técnica do Ministério do Trabalho, esteve no evento e esclareceu dúvidas sobre a Lei de Aprendizagem e sobre o papel do educador social no processo de reinserção do adolescente em conflito com a lei na sociedade, por meio da capacitação profissional e integração no mercado de trabalho.
Durante o encontro, a pedagoga Fernanda Matos falou das dificuldades enfrentadas no processo de reinserção destes jovens no mercado de trabalho, apontando a resistência dos empresários em contratar jovens egressos do sistema socioeducativo como um dos fatores que dificultam este processo. Matos também falou dos avanços alcançados nos últimos anos com políticas de inclusão e o trabalho da ONG Rede Cidadã, que apoia e gerencia projetos de inserção de jovens no mercado de trabalho.
Segundo a pedagoga, é necessário aprimorar o processo de encaminhamento, aumentando as chances de sucesso nas entrevistas. “Por esse motivo o momento é importante, pois aqui trocamos experiências e podemos nos desafiar e superar as dificuldades que se apresentarem”, afirmou.
Júlio Cesar Gomide, técnico que atua no Centro Socioeducativo de Justinópolis, localizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, demonstrou apoio à iniciativa. “Na unidade temos um jovem que foi encaminhado por meio do Trampolim e está realizando as entrevistas para seleção. A partir do que vimos aqui, na próxima oportunidade, com a capacitação, nós teremos maior destreza no processo”, afirmou.
É o que diz também a pedagoga Esther Barcelos, do Centro de Atendimento ao Adolescente do bairro Lindeia, na região do Barreiro. Esther não conhecia o projeto Trampolim e concorda que a melhor forma de efetivar o processo de ressocialização é o ingresso no mercado de trabalho. Ela conta que participou de outras oficinas de formação continuada, promovidas pela SEDS, mas é a primeira vez que tem contato com o projeto. “No CEAD temos um adolescente fazendo prova na ASSPROM e é notável o interesse dos demais em seguir o mesmo caminho. Espero que agora, com o apoio do Trampolim, possamos encaminhar mais jovens”, afirmou.
Foto e texto: Paula Roberta